Assistindo a um telejornal hoje pela manhã, 3/7, acompanhamos a notícia de que a cidade de Oiapoque, no Amapá, Brasil, está praticamente isolada, há de 3 dias, devido a um atoleiro de 3 km da BR-156, causado pelas chuvas. Isso mesmo, uma estrada federal. Mas o que mais me impressionou foi ouvir o repórter comentar que não sabe como a população vai assistir aos jogos da COPA, pois está iminente de ficar sem energia elétrica, simplesmente porque o óleo diesel para abastecer o gerador elétrico da cidade está preso no atoleiro, assim como outros caminhões de combustíveis, de alimentos e ônibus.
Meus amigos, uma população que está prestes a ficar sem energia elétrica, alimentos e outros serviços, será que está preocupada em se vai ou não assistir aos jogos da COPA? E porque este pedaço da estrada federal ainda não foi beneficiado com asfalto? Ah! O governo não tem dinheiro para investir nesta obra. Mas construir estádios em locais onde se realizaria apenas um jogo da COPA e depois, com os jogos locais, não vai atingir nem 30% de sua capacidade existe.
Antes dos a favor da COPA se manifestarem, dizendo que: “viu a COPA está dando certo, está sendo um sucesso”; deixemos claro que não fomos e nem somos contra a COPA, somos sim contra o alto investimento, sem controle, em obras para essa COPA. Obras essas, que apregoam irá ficar de herança para o povo brasileiro. Mas diga-se de passagem que muitas das obras previstas nem saíram do papel ou nem foram para ele, ficaram somente no discurso.
Bem meus amigos, se a COPA não estivesse dando certo, isso seria a assinatura do atestado de incompetência de nossos governantes depois de todo dinheiro investido. Nem vamos falar de dinheiro desviado ou superfaturado. Quando o presidente da organizadora vem de público agradecer aos brasileiros, como noticiado ontem pela imprensa, isso é o mínimo que se espera de uma entidade que está lucrando muito com o evento. Não esqueçamos que neste bolo entra o valor dos ingressos, direitos de transmissão das TVs, comissões e aluguéis dos comércios nos estádios e de alguns no entorno dos mesmos, patrocínios e por aí afora. Principalmente não esqueçamos as multas pelo uso de certas palavras do nosso idioma e nem mesmo o valor que nosso governo pagou para poder utilizar o nome do evento e termos relacionados. Os gastos materiais (obras e infraestruturas) quem está pagando são os governos municipais, estaduais e federal, ou seja, nós.
Estamos, assim como outros brasileiros, preocupados com a conta ao final disso tudo. Ou você acha que ninguém vai ressarcir aos cofres públicos todo esse dinheiro investido¿ Com certeza virão alguns aumentos de impostos e tributos. Há poucos dias já houveram os aumentos da energia elétrica, mesmo tendo sido alardeado ao final do ano passado que o valor da mesma iria baixar. Alguns dirão: é que com a pouca chuva houve a necessidade de se utilizar da energia termoelétrica e ela é mais cara. Mas ela, talvez, seja mais cara por falta de investimentos no setor, e aí quem paga a conta é a população.
Agora, próximo às eleições, recebemos a notícia de que será mantido o desconto do IPI sobre os veículos. Legal. Mas quem é que irá comprar os carros? Talvez a “elite paulista”. Sim, porque o povo brasileiro, aquele que recebe a Bolsa Família e ou nem isso, ele quer desconto é na comida, na roupa, na casa, na energia elétrica e, porque não, no ingresso do jogo da seleção ou do seu time do coração no final de semana.
Para terminar, torcemos sim pela vitória da nossa seleção, pois somos e ainda temos orgulho de ser brasileiros. Não somos contra a COPA, somos a favor também da COZINHA, da SALA, do QUARTO, da CASA INTEIRA, saúde, educação e de todo alimento que muitos brasileiros ainda sonham conseguir. Queremos que os atuais governantes ou os próximos, reeleitos ou não, pensem um pouco mais no povo brasileiro, inclusive naqueles que não seguraram a bandeirinha do partido durante a campanha.
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