sexta-feira, 26 de setembro de 2014

MAIORIA DAS PROPOSTAS DOS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA JÁ TRAMITAM NO CONGRESSO FEDERAL

     De acordo com o Congresso Nacional, a maioria das propostas dos candidatos à presidência já são motivos de projetos que estão tramitando na Câmara, à espera de votação ou em análise por comissões especiais. Ou seja, a criança que está sendo apresentada já possui outros pais e padrinhos.

     A análise considera somente os candidatos cujos partidos têm representação na Câmara – PT, PSDB, PSB, PSC, Psol e PV – e propostas semelhantes apresentadas por pelo menos dois candidatos. Entre as propostas apresentadas, foram priorizadas as que têm mais relação com os trabalhos da Casa.
     A melhoria nos serviços de saúde, uma educação de qualidade e a proteção contra o crime e a violência são, nessa ordem, os maiores anseios dos brasileiros, segundo a pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) – Nossos Brasis: prioridades da população, realizada em agosto de 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com 3.810 entrevistados em mais de 210 cidades (veja quadro). Não por acaso, programas de governo dos candidatos a Presidência da República abordam esses grandes temas.


PROPOSTAS EM RELAÇÃO À SAÚDE

     A melhoria dos serviços de saúde foi a opção assinalada como prioridade por 87,64% dos 3.810 entrevistados da pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) – Nossos Brasis: prioridades da população, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

     Entre os candidatos à corrida presidencial, enquanto os candidatos Dilma Rousseff (PT), Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (Psol) apresentaram programas com poucas diretrizes para a área de saúde – muitas delas, bastante genéricas –, os candidatos Marina (PSB) e Aécio Neves (PSDB) apresentaram mais de 30 propostas para a área.

Financiamento da saúde

     Como forma de aumentar o financiamento público para a saúde, Marina e Aécio prometem apoiar e implementar o projeto de iniciativa popular (PLP 321/13) que prevê a destinação, pela União, de pelo menos 10% das receitas correntes brutas por ano para a saúde. A proposta nasceu de iniciativa do Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública (Saúde+10), com participação de mais de 100 entidades e assinatura de mais de 2 milhões de pessoas.

     Na Câmara, o texto tramita junto com outras propostas para vinculação de percentuais mínimos de investimento da União na saúde (PLP 123/12 e apensados) e está sendo analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, as propostas terão de ser votadas pelo Plenário.

     Já Dilma não fala em aumentar investimentos para o setor, mas em rediscussão federativa para evitar a superposição de investimentos por União, estados e municípios. Porém, não foram encontradas propostas com esse objetivo já em tramitação na Câmara.

Mais Médicos

     Programa que já suscitou muita divergência na Casa entre base governista e a oposição, o Mais Médicos é tratado nos programas dos três candidatos com mais intenções de voto – Dilma, Marina e Aécio. A atual presidente promete expandir o programa, que, segundo o governo, já levou mais de 14 mil profissionais de saúde, incluindo médicos estrangeiros, para cerca de 3,7 mil municípios brasileiros.

     Já Aécio fala em aprimorar o Mais Médicos, com cursos preparatórios a médicos estrangeiros e realização do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) – prova que hoje não é obrigatória para os participantes do programa. O candidato do PSDB também fala em instituição da carreira nacional de médicos.

     O programa de Marina, por sua vez, promete assegurar a fixação dos profissionais da saúde em todos os municípios brasileiros, e “apoiar a elaboração de planos de cargos e salários a fim de estruturar carreiras de Estado para profissionais de saúde”. Eduardo Jorge também quer a instituição de uma carreira nacional para os profissionais de saúde, começando por aqueles que atuam no Programa Saúde da Família.

     Já tramita na Casa, desde 2009, proposta de emenda à Constituição que cria a carreira de médico de Estado (PEC 454/09). De autoria do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), a proposta já foi aprovada por comissão especial e aguarda votação pelo Plenário. A Câmara também já analisa o Projeto de Decreto Legislativo 1498/14, do deputado Colbert Martins (PMDB-BA), que susta a Resolução 3/14 do Ministério da Educação, que isenta médicos estrangeiros que participam do Mais Médicos da obrigatoriedade de realizar o Revalida. A proposta ainda será analisada por duas comissões e pelo Plenário.

Acesso a medicamentos

     Os programas de Dilma, Marina e Aécio falam ainda em ampliar o acesso da população a medicamentos, sendo que estes dois últimos propõem valorizar os laboratórios oficiais de produção de remédios. Já aprovada pelo Senado, a proposta que institui a Política Nacional de Medicamentos (PL 8044/10) está em análise na Câmara há quatro anos, sem ter sido aprovada por nenhuma comissão de mérito. O objetivo do texto é assegurar o acesso da população a medicamentos. A proposta estabelece uma série de diretrizes para isso, entre elas, o uso da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) como referência para o direcionamento da produção farmacêutica nacional.
PROPOSTAS EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO

     A educação em tempo integral, em que o estudante fica dois turnos na escola, é uma das principais propostas dos candidatos à Presidência da República que estão à frente nas pesquisas de intenção de voto. Ela também é o tema de, pelo menos, 12 propostas em tramitação na Câmara, e de uma comissão especial.

     Na pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) – Nossos Brasis: prioridades da população, realizada em agosto de 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a educação de qualidade foi apontada como prioridade por 72,97% dos 3.810 entrevistados, ficando em segundo lugar no ranking.

     O Plano Nacional de Educação (PNE – Lei 13.005/14) já prevê como meta até 2024 oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, para atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

     A candidata do PT, Dilma Rousseff, pretende levar o ensino integral a 20% da rede pública até 2018. Em seu plano de governo, a candidata do PSB, Marina Silva, defende a educação em tempo integral como política de educação. Já Aécio Neves, do PSDB, propõe a implantação de tempo integral e progressiva eliminação do ensino noturno para jovens que não trabalham.

     Uma proposta na Câmara (7650/06, do Senado), com 11 projetos apensados, institui ensino em período integral de, no mínimo, sete horas por dia para a educação básica (ensinos infantil, fundamental e médio). O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/96). O período integral deverá ser implantado de acordo com o PNE.

     Os candidatos Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSol) e Eduardo Jorge (PV) não falam diretamente sobre a educação em tempo integral em seus planos de governo.

Metas do PNE

     Os candidatos à Presidência, direta ou indiretamente, defendem a execução das metas do PNE, aprovado em junho na Câmara, em seu plano de governo. Dilma, Marina, Aécio e Luciana Genro propõem, por exemplo, universalizar a educação infantil. Os candidatos do PT e do PSDB definiram 2016 como data limite para cumprir a meta.

     Outro tema dentro das metas do PNE citado pelos candidatos é a valorização dos professores. Eduardo Jorge propõe a criação de uma carreira de Estado para professores de ensino fundamental. Marina e Aécio defendem apoio financeiro da União para estados e municípios pagarem o piso salarial dos professores, atualmente em R$ 1.697. Ambos também condicionam parte da remuneração à produtividade docente.

     Uma proposta na Câmara (PL 1287/11), da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), estabelece diretrizes para a valorização dos profissionais da educação escolar básica pública. Pelo texto, com oito projetos apensados, as diretrizes para a valorização incluem, entre outros pontos, planos de carreira que estimulem o desempenho e o desenvolvimento profissionais.

Pronatec

     Os três principais candidatos à Presidência da República defendem a valorização e ampliação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Dilma promete, até 2015, mais 12 milhões de vagas para cursos técnicos. Marina afirma que irá incrementar o programa e ampliar escolas técnicas de níveis médio e superior. Já Aécio afirma que irá garantir mais articulação do programa com economia e demandas locais.

     Propostas em debate na Câmara também querem alterar o programa para garantir acesso preferencial a determinados grupos. O Projeto de Lei 7546/14, do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), quer atendimento prioritário pelo programa para brasileiros que retornam do exterior. O texto tramita apensado ao PL 5976/13, do deputado Márcio Macêdo (PT-SE), que prioriza o acesso ao Pronatec para mulheres em situação de violência doméstica ou familiar.

PROPOSTAS EM RELAÇÃO À SEGURANÇA

     A segurança pública aparece em 3º lugar na lista de prioridades da população brasileira, apontada por 61,44% dos 3.810 entrevistados na pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) chamada de Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) – Nossos Brasis: prioridades da população. No ranking de prioridades da população mundial, a proteção contra o crime e a violência aparece, em média, na 7ª posição. Essa diferença de percepção sobre a segurança seria reflexo do elevado índice de criminalidade observado no Brasil.

     Candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano têm diversas propostas para resolver problemas ligados à criminalidade e à violência. A ideia de integrar todas as forças de segurança pública do País, por exemplo, como ocorreu na Copa do Mundo da Fifa de 2014, aparece no plano de governo de 5 dos 6 candidatos cujos partidos têm representação na Câmara – Aécio Neves, Dilma Rousseff, Luciana Genro, Marina Silva e Pastor Everaldo. Apenas Eduardo Jorge, do PV, não trata do assunto em seu plano de governo.

     Na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 3734/12, do Poder Executivo, já propõe a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), além de disciplinar a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela área. O projeto ainda aguarda análise das comissões temáticas, em caráter conclusivo.

Trabalhadores

     A qualificação e a valorização dos trabalhadores em segurança pública também vêm sendo defendidas pelos mesmos cinco candidatos. Na Câmara, o debate sobre a valorização passa principalmente pelas propostas de emenda à Constituição (PECs) 300/08 e 446/09, que criam um piso nacional para policiais e bombeiros. As propostas aguardam votação em segundo turno no Plenário.

     Sobre formação e capacitação, a Câmara analisa projeto que torna pré-requisito o nível de formação superior para o cargo de policial (PLs 6412/02 e 3568/00). Outros projetos estendem o acesso ao bolsa-formação – um benefício salarial para incentivar a capacitação profissional – a outras categorias, como vigilantes de instituições federais de ensino (454/11) e educadores sociais e monitores dos centros de internação de adolescentes apreendidos (PLs 84/11 e 1392/11).

Drogas

     Em relação às drogas e ao combate ao narcotráfico, os candidatos se dividem entre os que defendem intensificação do patrulhamento e da fiscalização das fronteiras, entre outras medidas repressivas (Aécio Neves, Dilma Rousseff, Marina Silva e Pastor Everaldo Pastor Everaldo) e os que são favoráveis à legalização das drogas (Luciana Genro e Eduardo Jorge).

     Para reforçar o policiamento das fronteiras, tramita na Câmara o Projeto de Lei 6460/13, do Senado, que cria a Política Nacional de Defesa e de Desenvolvimento da Amazônia Legal e da Faixa de Fronteira – faixa de até 150 quilômetros de largura, ao largo das fronteiras terrestres. Com o mesmo objetivo, há ainda a PEC 81/11, que cria a guarda de fronteira, composta por integrantes das polícias Federal e estaduais e das guardas municipais de cidades fronteiriças. E também o projeto que concede indenização de R$ 91 por dia de trabalho em delegacias e postos de fronteira (PL 4264/12).

     Por outro lado, Luciana Genro e Eduardo Jorge defendem a legalização das drogas, sobretudo da maconha. Na Câmara, propostas nesse sentido são os projetos 7270/14, que define regras para a produção, a industrialização e a comercialização da maconha e seus derivados, e7187/14, que libera a plantação da maconha em residências, além do cultivo para uso medicinal e recreativo. Os textos serão analisados por uma comissão especial que será criada unicamente para discutir o mérito dessas propostas.

Penas

     Medidas de ressocialização e tratamento diferenciado para condenados por crimes de menor gravidade também aparecem nos programas de governo de quatro dos seis presidenciáveis (Aécio Neves, Marina Silva, Eduardo Jorge e Pastor Everaldo). Na Câmara, uma das propostas relacionadas é o projeto que altera o Código de Processo Penal (Decreto-Lei 3.689/41) para evitar a prisão por flagrante de quem cometer infração passível da aplicação de pena alternativa (PL 2231/11). Outra proposta no mesmo sentido, PL 1710/07, do Senado, torna obrigatória a substituição de penas de prisão inferiores a um ano por multa ou outra pena restritiva de direito.

PROPOSTAS EM RELAÇÃO À ECONOMIA

     A reforma tributária é um dos principais assuntos nas disputas eleitorais e nos debates no Congresso. Nas eleições deste ano, a maioria dos candidatos falou em não aumentar a carga tributária e buscar simplificar e reduzir a quantidade de tributos pagos pelo contribuinte e pelas empresas. Na Câmara dos Deputados, o debate acontece desde a Constituinte de 1988 e já houve mais de 20 propostas sobre o tema, sem sucesso. Em fevereiro, foi criado um grupo de trabalho de parlamentares para debater a questão, mas ainda não houve sugestões de projetos.

     Os três principais candidatos à Presidência da República defendem a simplificação dos tributos para facilitar o pagamento e administrar a burocracia fiscal. A candidata Dilma Rousseff, do PT, defende também a redução de custos financeiros e insumos. Marina Silva, do PSB, promete enviar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) ao Congresso a partir de premissas como o não aumento da carga tributária, simplificação dos tributos e eliminação da regressividade (alíquota que diminui proporcionalmente ao aumento do valor). O candidato Aécio Neves propõe simplificação e racionalidade ao sistema tributário com unificação de impostos e contribuições sobre a mesma base de cálculo, além de estimular a transformação de produtores rurais em pessoas jurídicas com o “Simples Agrícola”.

Reforma na Câmara

     Em 2008, uma comissão especial da Câmara aprovou substitutivo do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) a 17 propostas sobre reforma tributária (PEC 31/07 e apensadas) em tramitação na Casa. Entre os principais pontos do texto aprovado, estão a unificação das 27 leis estaduais do ICMS e a criação do Imposto sobre Valor Adicionado Federal (IVA-F) – a partir da fusão do PIS/Pasep, da Cofins e da contribuição do salário-educação. A matéria é polêmica e está parada na Câmara há seis anos.

     O Congresso tem feito, desde então, a reforma tributária fatiada, já que há dificuldade em conseguir consenso para uma ampla mudança nas regras de tributação do País. Uma das mudanças aprovadas nesse sentido foi a Lei Complementar 147/14, que universaliza o acesso do setor de serviços ao Simples Nacional (Supersimples), o regime de tributação das micro e pequenas empresas.

Divergências

     Entre os candidatos com menos intenções de voto analisados pela reportagem há muita diferença sobre a reforma tributária.

     A candidata Luciana Genro, do Psol, defende a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas, previsto na Constituição; a existência de imposto de exportação para taxar o setor agrícola; e a eliminação de boa parte da desoneração feita pelo governo atual.

     Pastor Everaldo, do PSC, defende a substituição dos impostos sobre consumo em favor de impostos diretos, como o Imposto de Renda.

     Já o candidato do PV, Eduardo Jorge, sugere a criação de um imposto único sobre movimentação financeira no lugar de todos os impostos federais atuais.

Repartição do bolo

     Outro ponto apontado pelos candidatos é a repartição do montante arrecadado entre União, estados e municípios. Dilma propõe debater a estrutura tributária nacional, e Marina, uma melhor repartição das receitas entre os entes. Pastor Everaldo defende aumento das competências de estados e municípios na arrecadação e na gestão dos tributos.

     Os candidatos Dilma e Aécio sugerem a criação de um cadastro único para desburocratizar a arrecadação e a fiscalização. Essa mudança já foi aprovada pelo menos para as micro e pequenas empresas na lei que alterou o Supersimples.

PROPOSTAS EM RELAÇÃO À DIREITOS HUMANOS

     A garantia de direitos sociais a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTTs) é um dos temas de maior visibilidade nas propostas de governo dos candidatos Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (Psol). Pastor Everaldo (PSC) é a voz dissonante desse grupo ao sustentar os “laços morais” da família.

     Algumas das medidas defendidas por presidenciáveis na área dos direitos humanos estão previstas em projetos em tramitação na Câmara dos Deputados. Temas como união entre pessoas do mesmo sexo e a definição de família têm causado polêmica.

Casamento

     O casamento gay e a criminalização da homofobia são defendidos por Eduardo Jorge e Luciana Genro. O candidato do PV também se compromete em viabilizar a adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Pastor Everaldo, por sua vez, defende como legítima família a união entre o homem e a mulher.

     Atualmente, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obriga todos os cartórios brasileiros a cumprirem a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de maio de 2011, de realizar a união estável de casais do mesmo sexo. Além disso, obriga a conversão da união em casamento e também a realização direta de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Porém, não há nenhuma lei no País que regulamente o assunto.

     Na Câmara, a união estável de casais homossexuais é analisada por meio do Projeto de Lei 580/07, do ex-deputado Clodovil Hernandes, já falecido, que tem a finalidade de regulamentar o contrato civil de união homoafetiva. Sobre a mesma matéria, tramita o PL 4914/09, da deputada Manuela D’ávila (PCdoB-RS) e outros, que dispõe sobre a equiparação entre a união estável heterossexual e a homossexual, exceto quanto à sua conversão em casamento.

     Após ser retificado, o programa de Marina Silva deixou de apoiar o casamento gay, a criminalização da homofobia e a distribuição de material didático sobre orientação sexual e composição familiar, o que desagradou grupos LGBTTs. Marina, por outro lado, assegura o tratamento não discriminatório na adoção e o apoio ao PL 5002/13, dos deputados Jean Wyllys (Psol-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), que tramita na Câmara.

     Essa proposta prevê o direito à identidade de gênero e a obrigatoriedade do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos planos de saúde particulares de custear tratamentos hormonais e cirurgias de mudança de sexo a todos os interessados maiores de 18 anos.

Discriminação

     Aécio Neves e Dilma Rousseff priorizam as políticas afirmativas de combate à discriminação relacionada à orientação sexual. O candidato do PSDB se compromete a dialogar permanentemente com os LGBTTs pelo Fórum Nacional de Diálogo. Dilma enfatiza o combate ao tratamento de forma “vil ou degradante” com base na orientação sexual.

     A erradicação da homofobia é analisada na Câmara por meio de propostas como o PL7524/14, do deputado Jean Wyllys, que combate a discriminação de LGBTTs em asilos. Cabe lembrar que a Câmara dos Deputados aprovou em 2006 o PL 5003/01, da ex-deputada Iara Bernardi, que criminaliza a homofobia. Atualmente, a proposta está no Senado (PLC 122/06).

Fonte: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias



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