sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Ministério da Saúde faz alerta sobre a Toxoplasmose

     Toxoplasmose, ou como é popularmente chamada doença do gato, é um grave problema à saúde humana. Para pessoas com defesas imunológicas diminuídas, como transplantados, portadores de AIDS e doenças crônicas, a doença pode ser fatal.

     Transmitida aos seres humanos através das fezes de diversos animais contaminados pelo agente transmissor, um tipo de protozoário. Vários bichos domesticados e de produção podem ser transmissores, os mais conhecidos são os gatos, mas a lista inclui suínos, caprinos, aves, animais silvestres, e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (bovinos, suínos, cabras, etc.). Mas, gatos e outros felinos, são os hospedeiros definitivos, estão relacionados com a produção e perpetuação da doença, uma vez que somente neles ocorre a reprodução sexuada dos parasitos.
     Transmissão - O gato contrai a infecção ao comer carnes cruas, ratos ou pássaros contaminados. Outros animais se infectam alimentando-se de pastagens contaminadas pelas fezes.

     O contágio indireto acontece devido à ingestão de carne com o agente transmissor. O gado e o porco, por exemplo, podem se contaminar e transmitir a doença por meio da carne, quando consumida mal passada. Ele também pode ocorrer diretamente, por meio da inalação do agente transmissor, presente no solo, alimentos, fezes e contato com gatos, pombos e roedores. Transfusão de sangue e transplante de pacientes contaminados também podem transmitir a doença.

     Sintomas - No organismo humano, os protozoários se multiplicam e atacam todos os órgãos através do sangue, provocando infecção generalizada. Por isso, surgem deficiências neurológicas, inflamações nos olhos, complicações musculares, hepatites, pancreatites. A estudante Fernanda Goye sofreu consequências oculares após duas infecções por toxoplasmose. “Não sei exatamente como peguei a doença, mas começou em 2004 aos meus 10 anos. Fui a um acampamento e voltei com um sangramento no olho esquerdo. Duas 2 ou 3 semanas percebi que estava perdendo meu campo de visão deste olho. Como consequência perdi totalmente a visão do olho esquerdo e hoje com a reincidência que tive no ano passado perdi parte do direito também”, conta.

     A transmissão também ocorre quando a gestante tem ou teve a doença, podendo transmiti-la ao recém-nascido. O bebê pode apresentar complicações, como: hidrocefalia, convulsões, atrofia cerebral, anemia, problemas no fígado e alterações oculares. Durante a gestação, a mulher deve fazer exames para detectar a doença e tratá-la, caso seja constatada. A bióloga Fabiana Oliveira contraiu a doença durante a gravidez. “Fiz os exames durante o pré-natal e acusou que eu nunca tinha tido contato com o protozoário. Aos sete meses de gestação tive muita febre. Procurei o médico e ele conclui que era toxoplasmose. Fiz o tratamento, mas tinha consciência que havia risco de transmissão para o bebê. Fiz os exames iniciais no meu filho, mas eles deram negativo. Mas, este ano percebi um desvio no olho direito dele e que ele estava aproximando muito os objetos do rosto. Ao levar ao oftalmologista, veio o inesperado. Ele teve toxoplasmose nos dois olhos e o pior, já tinha cicatrizado. Quando chega a cicatrizar já não há mais o que fazer. Como consequência ele perdeu 95% da visão do olho direito. No início fiquei um pouco inconformada, pois enquanto a doença está ativa existem medicamentos que podem ajudar. Hoje, procuro dar depoimentos e ajudar quem eu posso”.

Prevenção
     Atitudes simples podem ajudar a prevenir a toxoplasmose.

  • evite comer alimentos crus; não prove a carne crua durante a preparação; coma verduras e legumes sempre bem lavados;
  • congele a carne por 3 dias, a 15º negativos;
  • lave bem as mãos após manipular carnes cruas e antes de comer; se estiver gestante, procure usar luvas;
  • evite contato com gatos ou lave bem as mãos após isso ocorrer;
  • mantenha seu gato bem alimentado para que ele não precise caçar para comer; nunca lhe dê carne crua; evite que ele ande pelas ruas. Se não for possível, ponha um pequeno chocalho no pescoço no animal para que ele não consiga “caçar”;
  • a caixa de dejetos dos gatos deve ser renovada a cada 3 dias e colocada ao sol com frequência;
  • os cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no solo onde haja fezes de gato;
  • evite acariciar cães que andem soltos;
  • controle ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos das criações de animais;
  • lave bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra (horta ou jardim). Gestantes devem evitar essa atividade ou utilizar luvas;
  • a água pode ser contaminada por fezes de gatos. Mantenha os reservatórios bem fechados e se a água não for tratada, deve ser fervida antes do consumo.
Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde - http://www.blog.saude.gov.br/nsj7cg

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