As políticas anticíclicas, defendidas pelo economista inglês John Maynard Keynes, são aquelas adotadas pelos governos a fim de criar condições para que a economia produza efeitos compensatórios em momentos de desequilíbrios macroeconômicos.
Se o objetivo é deter o crescimento, são acionados mecanismos para reduzir a atividade econômica, como retração do crédito, aumento de impostos e dos juros. Já para estimular o crescimento, é preciso reduzir as emissões de moeda, os impostos, o crédito e promover a desvalorização cambial para estimular as exportações.
Para Mantega, durante a crise, “países europeus caíram no modelo tradicional de ajuste [adotando políticas econômicas ortodoxas], mas mesmo assim tiveram desempenho inferior aos que aplicaram políticas anticíclicas de estímulo’’. Segundo ele, um dos efeitos mais importantes para quem adotou estas últimas foi a manutenção do emprego: “sem isso, o desemprego teria aumentado’’, frisou.
O ministro apresentou dados demonstrando que, de 2008 até junho de 2014, o Brasil cresceu mais que a maioria dos países do G20 e isso foi resultado da opção pela estratégia anticíclica.
Para Mantega, este ano houve decepção em relação ao desempenho da economia internacional e isso não ajudou na recuperação dos emergentes. De acordo com ele, a retirada dos estímulos monetários à economia dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (FED/ Banco Central norte-americano) também atrapalhou.
"Somado a isso, tivemos uma grande estiagem que também pressionou o preço dos alimentos e da energia’’, disse, referindo-se especificamente sobre a economia brasileira, que neste ano também sofreu um aperto monetário para combater a alta da inflação.
Guido Mantega, contudo, fez questão de frisar que esses problemas são momentâneos e o País está saindo da crise com uma situação sólida. “Nosso mercado consumidor é forte e continua crescendo. Temos baixa taxa de desemprego e criamos um grande mercado de classe média bastante ativo, que duplicou nos últimos anos. O Investimento externo direto se situa acima de US$ 60 bilhões, o que demonstra que há apetite externo pelo mercado brasileiro. Temos elevado volume de reservas, o que nos ajuda. Tudo isso nos dá solidez’’, acrescentou.
Sobre o atual cenário econômico, o ministro disse que o Brasil precisa caminhar para um aumento gradual do superavit primário. “Temos que fazer redução das despesas e procurarmos também diminuir algumas rubricas que estão crescendo muito, como seguro-desemprego, abono, auxílio-doença e pensão por morte. Também temos que recuperar a receita’’ afirmou Mantega ao explicar que a atual situação da arrecadação pode ser explicada pelo menor crescimento a atividade econômica.
Fonte: Portal Brasil
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