Por meio de nota de sua assessoria, Renan Calheiros reitera que não conhece Alberto Youssef e que só soube da existência dele por meio da imprensa. "O senador, portanto, reafirma que nunca esteve, agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora", diz a nota.
Segundo Meire, Youssef buscava apoio do senador para que os fundos de pensão dos Correios e da Caixa Econômica Federal (Postalis e Funcef) investissem R$ 50 milhões em uma de suas empresas, a Marsans Brasil. Ainda de acordo com a contadora, o encontro ocorreu no dia 12 de março, segundo lhe teria confidenciado o próprio doleiro. Antes disso, Youssef já "teria acertado R$ 25 milhões da ponta do PT” para saldar dívidas de sua empresa.
- A pessoa do Postalis [fundo de pensão dos Correios] nomeada pelo PT já havia resolvido e faltava a ponta do PMDB - disse a contadora.
No dia 14 de março, o doleiro disse a ela que já tinha resolvido a questão por completo, ainda segundo o depoimento da contadora.
- Eu estive com Youssef no café da manhã no dia 14. Ele afirmou ter vindo a Brasília dois dias antes e ter resolvido com o PT a aprovação da operação. Ele também disse ter conversado com Renan para acertar a ponta que era do PMDB e que até o fim do mês a operação com o Postalis iria sair. Que seria R$ 25 milhões da Postalis e mais R$ 25 milhões que seriam aportados pela Funcef, mas eu não tenho conhecimento como foi esse acordo com a Funcef. Também não tenho conhecimento de como foi o acordo com o PMDB e com o PT - contou Meire.
Segundo a contadora, os aportes não saíram porque cinco dias depois do encontro com Renan Calheiros, Youssef foi preso pela Polícia Federal.
Outros políticos
- Fiz pagamento para o deputado André Vargas, que depois eu soube que era do jatinho (emprestado pelo Youssef para uma viagem ao Nordeste), para familiares do Luiz Argôlo e outros pagamentos que eu não sei quem são as pessoas - disse.
Vargas, que se desfiliou do PT, e Argôlo, que tentou reeleger-se na última eleição, respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Outro citado foi o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte.
- Eu tive contato também com o Mário Negromonte. Quando o Alberto (Youssef) deu de presente o restaurante para a namorada, sempre íamos lá para prestigiar - disse Poza.
O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) afirmou que está claro o desvio de recursos públicos.
- Não tem como ter dúvida de que se trata de roubo do dinheiro público, com o tráfico de influência desses poderosos, e que depois volta sob a forma de propina, seja dando Land Rover, dando helicóptero, seja pagando jatinho - apontou.
Fonte: Agência Senado
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